ANÁLISE SINÓTICA_07/01/2014 _ HOJE COMPLETA 10 ANOS DE METEOROLOGIA SINÓTICA!!!

                            Terça-feira, 07 de janeiro de 2014
Imagem Reproduzida Sinoticamente por: Piter Scheuer_Técnico em Meteorologia.
Hora Local: 10:UTC
                                      ANÁLISE DA IMAGEM SINÓTICA
Na análise sinótica desta terça-feira das 10UTC, observa-se sobre o realce da imagem de satélite, um intenso cavado (área alongada de baixa pressão) com núcleo central de 1004hPa, que ondula com curvatura ciclônica entre a Argentina, prosseguindo até outra baixa pressão com núcleo pontual de 1005hPa, provocando muitas nuvens carregadas (em tons de laranja, amarelo e azul) sobre o Uruguai e parte da Argentina, ocasionando pancadas de chuva acompanhada por trovoadas. Na retaguarda deste sistema, nota-se a presença de uma frente fria, que se estende deste a Província de Buenos Aires na Argentina e ao longo do Oceano Atlântico adjacente, onde se acopla ao ramo frio que prossegue até uma baixa pressão em oclusão com valor pontual de 964hPa (fora do domínio desta imagem), onde esta sofrendo forte ação baroclínica e forte gradiente de pressão. Além disso, esses sistemas recebem o fluxo de umidade (jato de baixos níveis em 850hPa) que é advectado da Floresta Amazônica, o que contribui na manutenção dos processos convectivos na baixa troposfera. Entre o Mato Grosso do Sul, divisa entre o Paraná e São Paulo se estendendo até o Atlântico, observa-se um cavado invertido de onda longa, onde esta conectada a um ramo estacionário atuando com fraca atividade em todos os níveis da atmosfera. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), esta com pressão central de 1020hPa, na altura do Uruguai, e atua com escoamento anticiclônico sobre boa parte do Rio Grande do Sul, propiciando uma crista (área alongada de alta pressão) sobre esta Região e alguns cavados invertidos sobre o Atlântico adjacente, que são embebidos pelo escoamento baroclínico que ocorrem nos níveis médios da atmosfera (500hPa). Além disso, a ASAS contribui no fluxo de umidade que é advectada nos níveis de 850hPa, ou seja , a circulação dos ventos úmidos provenientes de  leste/nordeste, nas primeiras camadas da atmosfera, transportam a umidade do Oceano para o continente, e ao se deslocarem sobre o continente encontram uma barreira física, a Serra do Mar, o que favorece o desenvolvimento das nuvens baixas observada na imagem (em tons de cinza), influenciando o Litoral de SC e PR, ocasionando chuva, fraca e mal distribuída intercalando com algumas aberturas de sol. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS), (fora do alcance desta imagem) atua com valor pontual de 1024hPa, onde mantém sua crista troposférica, estendida com curvatura anticiclônica sobre o Chile e Sul da Argentina, o que é responsável pela subsidência do ar que ocorre nos níveis mais altos da atmosfera, resultando na compressão adiabática, o que inibe a formação de nuvens (em tons mais escuro na imagem). Em SC, a nebulosidade que se estende sobre o Oeste do estado, se origina pela influencia do cavado invertido (comentado anteriormente). Nas demais Regiões do Litoral catarinense, a circulação marítima, mantém chuva isolada e algumas aberturas de sol. 

Graduando em Meteorologia (UFSC): Piter Scheuer_Técnico em Meteorologia